Ontem, dia 20 de maio, a equipe da blitz da educação da Rede Globo esteve em Belém para mostrar um pouco da realidade da educação em nosso estado.
Visitaram a Escola Cidade de Emaús e Escola Tenente Rego Barros, que possuem o pior e melhor IDEB: 1.4 e 6.9.
A partir do que viram nas escolas traçaram uma tese no mínimo interessante: a realidade de sucessivas greves, a ausência de disciplina e de gestão qualificada nas escolas contribuem para o baixo desempenho dos alunos(as) da rede pública estadual no Ideb.
O blogueiro não tem dúvida que tais questões sejam alguns dos fatores que prejudicam a qualidade do ensino na escola, mas não são os únicos a sepultar sonhos como a da aluna Luane – estudante da Escola Cidade de Emaús, que deseja ser juíza e acredita que mesmo nas condições precárias que estuda pode realizar o seu sonho de menina.
Indefinições em relação a implantação do Plano de Cargos e Salários (PCCR), ausência de acompanhamento pedagógico das escola, problemas de infraestrutura, violência, mau gerenciamento das escolas e falta de investimento na melhoria das condições de trabalho são fatores que reproduzem anualmente o fracasso escolar na rede estadual de ensino.
É lógico que temos muitas escolas que driblam essa realidade.
Escolas, onde a boa gestão, aliada ao compromisso político dos professores(as) e a participação da família se tornam um verdadeiro oásis de ensino de qualidade, possibilitando aos alunos(as) aprender e sonhar com um futuro de pleno direito e felicidade.
A blitz da educação acabou colocando o dedo na ferida, em relação ao tipo de sindicalismo conservador, corporativista – que não leva em conta os interesses dos país e alunos – praticado em terras parauaras.
Se os professores(as) da Escola Cidade de Emaús não estavam na escola e paralisaram suas atividades para participar da reunião da categoria, por que não estavam presentes na assembleia, conforme foi constatado pela reportagem da Rede Globo?
O problema é que para uma parcela de nossa categoria paralisações e greves são sinônimos de feriadão.
E o resultado dessa prática (considerada normal entre nós professores) é o abandono de nossos alunos(as) e a reprodução do fracasso escolar.
A quem interessa o desmonte do ensino público?
E quanto a Luane?
Até quando ela continuará lutando pra realizar seus sonhos?
Eu não sei. Mas ela tem uma boa lição pra nos ensinar:
“nunca há tempo, sempre tem tempo para gente ser alguma coisa na vida”.
Veja a reportagem completa:
Fonte: diário de um educador
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